PM que arremessou homem de ponte em São Paulo é indiciado
Caso ganhou notoriedade quando imagens capturadas por uma testemunha mostraram o momento em que Luan Felipe Alves Pereira ergueu Marcelo e o lançou
Por Jovem Pan 08/04/2025 10h42 - Atualizado em 08/04/2025 17h21
Montagem: Reprodução/ Jovem Pan/ X O policial Luan Felipe Alves Pereira foi interrogado no presídio Romão Gomes nesta segunda-feira
No início de dezembro de 2024, um incidente chocante ocorreu na zona sul de São Paulo, envolvendo o soldado Luan Felipe Alves Pereira, da Polícia Militar. O policial foi indiciado por tentativa de homicídio após arremessar um jovem de 25 anos de uma ponte no bairro Vila Clara. O caso ganhou notoriedade quando imagens capturadas por uma testemunha mostraram o momento em que Luan ergueu Marcelo e o lançou da ponte. O policial foi interrogado no presídio Romão Gomes nesta segunda-feira (8), mas optou por permanecer em silêncio, afirmando que só se manifestará em juízo.
Em seu depoimento, a vítima, Marcelo, relatou que estava trafegando de moto pela Avenida Cupecê quando reduziu a velocidade. Ele afirmou que não estava em alta velocidade, mas mesmo assim, os policiais começaram a correr em sua direção. Marcelo desceu da moto e tentou fugir, mas foi alcançado e agredido com golpes de cassetete. Segundo ele, o policial o segurou pelo colarinho, levou-o até a beira da ponte e deu duas opções: se jogar ou ser jogado. Marcelo tentou explicar que não era ladrão e que a moto não era roubada, mas foi arremessado. Ele caiu de joelhos no córrego e afirmou que as lesões na cabeça foram causadas pelas agressões, não pela queda. Pessoas em situação de rua ajudaram-no a fugir, e ele conseguiu uma carona até a UPA Santa Catarina.
A justiça militar não tardou em agir, decretando a prisão de Luan e afastando 13 policiais das ruas. O soldado e outros seis PMs envolvidos já haviam sido indiciados por tentativa de homicídio e outros crimes militares. O inquérito foi concluído e encaminhado à justiça militar. Luan, que integrava as rondas ostensivas com apoio de moto no 24º Batalhão da PM em Diadema, já havia sido indiciado por homicídio em 2023, mas o caso foi arquivado por legítima defesa. Com o novo indiciamento, o inquérito da Polícia Civil deve ser finalizado em breve e enviado ao Tribunal do Júri, onde o juiz decidirá os próximos passos.